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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Gênero Memórias Literárias

Texto vencedor da Olimpíadas de Língua Portuguesa 2016, da Etapa municipal, em São Bernardo do Campo/SP.



Orientadora: Profa Célia Cortez
Escola: E.E.I Senador Robert Kennedy [Programa de Ensino Integral -PEI]

Gênero: Memórias Literárias
Aluna: Ketlyn Detlinger Mecenera, nº 30 - 6ª série A/ 7º ano.
Nome do entrevistado: Ida Bregantin Mecenera, 71 anos.

Dedos de algodão

Logo acordo, o galo nem havia de cantar e lá estava eu colhendo algodão na escuridão da madrugada. Estava com as mãos geladas, olhava o breu com meus olhos sonolentos e lacrimejantes, via que restavam muitos algodões a colher. De repente, lembro que tenho de colher mais depressa, por logo após, meu pai iria à cidade em busca de vender meu esforço.
Morávamos em uma pequena cidade do interior de São Paulo, Bocaina, região serrana com lidas cachoeiras e uma natureza exuberante, onde a paz se infiltrava na alma de quem ali passava.
Volto a me recordar que muitas vezes minha mão havia de ficar roxa, fazia uma pequena enrolação de algodão em meus dedos, pois assim aguentava mais horas de trabalho.
Volto no tempo e vejo meu antigo lar, meus pais haviam ganhando um pequeno lote de terra, onde plantávamos algodão, nossa casa era pequena e de madeira, o banheiro ficava fora de casa, era uma casinha de madeira que tinha um buraco no chão que servia de provada. À noite não havia energia elétrica, tínhamos lamparina e dormíamos cedo.
Ao amanhecer, minha mãe me dava uma folga para tomar um delicioso leite de cabra, com torradas acompanhadas com manteiga que minha mãe produzia com as sobras da nata do leite que consumíamos, até hoje ainda consigo sentir o paladar deste desjejum saudável e aconchegante com minha família.
Depois da refeição. Eu havia de colher algodões, meu pai me ajudava por instantes pois faltava pouco para ele ir à cidade. Eu ficava à beira do rio, vendo cada vez mais ele se afastando com sua carroça cheia de mercadorias que produzíamos em nossa pequena terra: algodão, alfaces, ovos e sementes, e com isso fazia trocas e vendas.
Eu pensava como seria a cidade grande, meu dizia que havia iluminações à noite, que era chamada luminária, também haviam fábricas, mercados e algumas lojas.
Quando chegava em casa, tarde da noite, ele andava lentamente para não acordar ninguém. Havia de dormir, pois não faltava muito para colher algodão, e com isso eu fechava meus olhos sonolentos e cansados. Então, mergulhava numa maré de sonhos, imaginando a cidade grande.

Atualmente meus cabelos branquinhos como algodão estão em muitas colheitas de um tempo que não foi vão.  Sei que não se produz mais algodões por lá, já que espalhou-se por toda a região o plantio de cana-de-açucar, ei de guardar comigo fardos de recordações.

Vídeo Concurso #shakespearelive 2016

Por Simone Beneti

Partindo do pressuposto de que sempre há de existir um “Romeo” e uma “Juliet” em algum lugar, este grupo de alunos decidiu promover este “boy meets girl” de uma maneira que faz todo sentido para os jovens da atualidade, em uma balada. E nada mais moderno do que nosso Romeu percebendo nossa Julieta através de uma selfie.

No entanto, os alunos trouxeram esta proposta de criar-se uma nova versão, sem rivalidades e mortes trágicas, interligando “Romeu e Julieta” e “Sonho de uma Noite de Verão”, apresentando uma história produzida pelo subconsciente de uma adolescente influenciada pelos romances de Shakespeare, que, após conhecer seu “Romeu”, projeta em seu sonho uma Julieta que revela ser na verdade Hérmia, e um Romeu que revela ser Lisandro, promovendo, assim, a chance para este casal de escapar da trágica morte e de viver enfim o seu amor... Mesmo que tenha sido em uma fantasia que durou apenas na finitude deste Sonho pós-balada de uma Noite de Verão!
                                                                                                           

Para REFLETIR....

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