Vidas secas, de Graciliano Ramos - 2ª Fase do Modernismo. |
1º Passo: Apresentação da obra; Análise da narrativa
Obra composta por 13 capítulos.
1º
Mudança
2º
Fabiano
3º
Cadeia
4º
SinháVitória
5º
O menino Mais Velho
6º
O Menino Mais Novo
7º
Inverno
8º
Festa
9º
Baleia
10º
Contas
11º
O soldado Amarelo
12º
O mundo coberto de penas
13º
Fuga
Qual será o motivo da FUGA?
ØPublicado
em 1938
ØContexto
histórico: Era Vargas
ØRelação
com o contexto [-Romance
de 30, resgate do realismo do século XIX; análise crítica dos problemas sociais, psicológicos relacionados
a realidade brasileira].
ØNarrador
- 3ª pessoa
ØTécnica
do discurso indireto livre
Em Vidas secas – existem 2 mundos:
1º mundo:
Fabiano - ZOOMORFIZAÇÃO (animalização)
Vaqueiro honesto com grandes dificuldades
linguísticas,
bruto, selvagem.
Ambiguidade, homem ou bicho?
Sinha Vitória –
Sofrida, sonhadora e inteligente [percebe que as contas do patrão estão
erradas].
Cachorra Baleia –
ANTROPOMORFIZAÇÃO (é uma forma de pensamento que atribui características ou
aspectos humanos).
Membro da família, pensa, sonha e age
como gente.
“Uma angústia apertou-lhe o pequeno
coração”. p. 90
Papagaio-
Vira refeição, não sabia falar. Latia.
Menino Mais Velho -
Curioso e não tem noção da miséria em que vive.
“Como não sabia falar direito, o menino
balbuciava expressões complicadas, repetia silabas, imitava os berros dos
animais, o barulho do vento, o som dos galhos que rangiam na catinga,
roçando-se”. p.59
Menino Mais Novo –
Sofrida, enxerga em seu pai um verdadeiro herói.
“Naquele momento Fabiano lhe causava
grande admiração”.
p. 47
Seu Tomás da Bolandeira –
Status econômico de segurança e conforto; significa cultura e a educação que
Fabiano jamais poderá possui.
- Só aparece nas lembranças. É muito
idolatrado por Fabiano e Sinha
Vitória.
O Patrão de Fabiano -
Possui terras e o dinheiro, emprega os trabalhos sob o regime escravo, sem
direito a nada.
- Opressor, fazendeiro desonesto que
explora seus empregados.
O Soldado Amarelo -
simboliza o governo [Era Vargas].
- Corrupto, simboliza a repressão e
autoritarismo da Era Vargas.
Seu Inácio –
Dono do bar.
- Coloca água na cachaça para assim
ganhar mais dinheiro.
Qual a relação entre os dois mundos?
- Todos sofrem com a seca.
-
Entre os dois mundos não há um sistema de troca, apenas, um mecanismo de OPRESSÃO
E BLOQUEIO.
- O
bloqueio entre os dois grupos é
unidirecional, e o mecanismo de opressão funciona de cima para baixo.
O que une os episódios no livro?
A utilização de vários motivos recorrente:
* a paisagem árida;
* a zoomorfização e antropomorfização das criaturas;
* os pensamentos fragmentados dos personagens
e,
* os consequentemente problemas de linguagem;
* seu Tomás da Bolandeira;
* a cama de varas de Sinha
Vitória etc.
1º Grupo
Os
sem poder – Fabiano, Vitória e os participantes do bumba meu boi.
3º Grupo
Prisioneiro, jagunços - representa uma ameaça estabilidade.
2º Grupo
Pode
econômico – o fazendeiro
Poder civil – o prefeito
Poder
militar – os soldados.
Poder
religioso – o padre e a igreja.
O
bando representa um grupo que está fora da hierarquia de poder e uma ameaça à sua
estabilidade. É nesse ponto que o diretor se vale de sua liberdade criativa para
transformar,
por coerência ideológica,
um dos elementos do texto original.
Tempo:
ATEMPORAL
- não há objetos que permitam precisar o tempo
cronológico em que decorre a
narrativa, a não ser que os
acontecimentos vividos pela família se
desenrolem entre duas
secas.
Espaço:
Sertão Nordestino.
Ambiente:
Um ambiente sem sentimentalismo por
viverem em um espaço
que não lhes é oferecida boas condições de vida.
Tema:
Injustiça social.
Assunto:
Denúncia social
Mensagem:
A seca não está apenas no sertão, mas na
alma de muitos e na
falta de ações dos outros.
Curiosidades
Ø O livro
circulou em território estrangeiro durante um bom tempo, sendo primeiramente
lançado na Polônia e
depois na Argentina,
seguida por República Tcheca, Rússia, Itália, Portugal, França, Espanha e em
outros. No Brasil, encontra-se em sua centésima sexta edição.
ØEm 1962, ganhou o prêmio da Fundação
William Faulkner
(Estados Unidos)
como livro representativo da Literatura
Brasileira Contemporânea.
ØTambém
conquistou um enorme público, tendo vendido até então mais de um milhão e meio
de exemplares, enquanto, ocasionalmente, é leitura obrigatória em vestibulares
da USP, da PUC, da UFBA e da UEPA.
ØO
cineasta Nelson Pereira
dos Santos
realizou uma bem-sucedida versão homônima de Vidas
Secas
em 1963, reforçando aspectos atuais do país.
ØO
romance originalmente se chamaria "O Mundo Coberto de Penas", título
do penúltimo capítulo, em referências às penas negras dos corvos cobrindo o
chão seco. O texto original está grafado assim. Porém o próprio Graciliano
Ramos riscou o título original e escreveu à mão "Vidas Secas".
ØO romance
também teve um nome alternativo, vidas molhadas, por conta da ironia
de
Ramos.
2º
Passo: Análise
da obra; Intertextualização;
Mensagem – “Vidas Secas”
A seca não está apenas no sertão, mas na
alma de muitos e na falta de ações dos outros.
O
sonho é o alívio das misérias
dos que as têm acordados.
dos que as têm acordados.
(Miguel
de Cervantes)
Técnica do discurso indireto livre
Três tipos de discursos
I. Discurso direto
•Verbos
no presente do indicativo (fica, há).
•Pontuação
característica (travessão, dois pontos).
Exemplo:
- Onde estão os meus
ingressos para o espetáculo de patinação? – perguntou Pedro.
- Estavam
aqui ainda neste
instante! – replicou Maria.
II. Discurso indireto
•Verbos
no pretérito imperfeito do
indicativo (ficava, havia).
Ausência de pontuação característica.
Exemplo:
A mãe, impaciente, pediu a sua filha que
fosse até lá.
Ela respondeu que estaria já dali a cinco
minutos.
III. Discurso indireto livre
O
texto é escrito em terceira pessoa e o narrador conta a história, mas as
personagens têm voz própria, de acordo com a necessidade do autor de fazê-lo.
Sendo
assim
é uma mistura dos outros dois tipos de discurso e as duas vozes se fundem.
Importante:
Vidas secas – Técnica do discurso
indireto Livre
O
uso do discurso indireto livre permite aproximar a voz do narrador à voz do
personagem, dando a impressão de que são um só.
A
narração ganha tom mais subjetivo, e o leitor tem acesso direto aos pensamentos
do personagem.
os outros.
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